E a vida passou. O XP se foi. As crias da gata já deram crias. Tenho outras sementes nas mãos mas não tenho canteiros adubados. Tenho páginas em branco e ótimas ferramentas de desenho mas esqueci que uso óculos agora…
Abriram túneis na rota ensolarada para fugir da poeira e chegar…na areia. Enquanto eu decifrei de ponta a ponta a Rota dos Bandeirantes pagando um pedágio mais caro para chegar mais rápido. E não levei minha garrafinha de água para viagem por isso fiquei de garganta seca. Anoiteceu a paisagem fora da camionete e a calça grudou nas pernas calorentas aqui dentro.
O cadernão de notas despencou as páginas de tão envelhecido. Tem fita adesiva na lombada que não resolve nada… onde andará o escrivão que anotava ? Teria sido despedido da beira da estrada?
Mas acontecem novidades todos os dias por estas bandas . Eu saberia se abrisse os jornais. E teria atualizado meus dólares, se tivesse algum. Mas tenho adquirido alguns créditos nas promoções que chegam por mensagens das operadoras insistentes. E eu ainda não domino direito essa tal telefonia móvel. Só sei que tenho mais amigos que anos atrás. Alguns deles nem imagino que tipo de rosto terão, se seus olhos são escuros ou claros e se são realmente humanos. Será que os alienígenas já estão entre nós? Robôs são realidade. Porém aumentam as torres na linha do horizonte e estão cheias de gente, como formigueiros.
A gente ainda pára pra fazer coisas corriqueiras e apesar da aparência fantástica desse post nomeado de forma sombria este é o registro de uma expressão mais amadurecida. Uma prova de que não abandonei a sedução da poética e da frase com maior desenvoltura. É uma forma de se dizer o que teríamos dito na adolescência com a expressão “me deu um branco”. E também de que, mesmo nas tensas horas vespertinas de uma sexta-feira agitadíssima eu não perdi a fé.
Aqui continuarei, então, esperando que me leias… e volte sempre.